segunda-feira, 18 de abril de 2011

Uma noite se (es)vai em piadas quando, entre brasileiros e portugueses, traduções são postas à mesa. Traduttore, traditori, não? Talvez: facto é que as "traições" se tornam gargalhadas, e entornam ferrenhas discussões, quando retratadas aos copos.

O Padrinho, daqui, provoca risadas quando citado em versão verde e amarela: O Poderoso Chefão. Brasileiros se entreolham constrangidos, como a ver o rei nu, no silêncio resignado de quem então se dá conta. O Poderoso chefão tem lá a sua piada, rendemo-nos, e que nos desculpe Don Corleone.

Regresso ao futuro (De volta para o futuro), O rapaz do pijama às riscas (O menino do pijama listrado), Velocidade furiosa (Velozes e furiosos), Up - Altamente (Up - Altas aventuras), Homens que matam cabras só com o olhar (Os homens que encaravam cabras) ou Um eléctrico chamado desejo (Um bonde chamado desejo) são títulos que se reconhecem. Chovem almôndegas (Tá chovendo hambúrguer), À boléia pela galáxia (O guia do mochileiro das galáxias), A rapariga que sonhava com uma lata de gasolina e um fósforo (A menina que brincava com fogo) ou mesmo Sacanas sem lei (Bastardos inglórios) são títulos que se desconfiam. O problema é quando, no emaranhado de filmes e livros, é posto em (des)caso a A mulher que viveu duas vezes. (...?). Sim, "Vertigo, de Hitchcok", assopra alguém. "Ah, Um corpo que cai!". Gargalhadas. E voltam-se aos copos.

Um comentário:

  1. muito bom Hugo. Blog linkado no chefnoforno.wordpress.com

    Abraço

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