domingo, 17 de abril de 2011

Entre pacotes de arroz e vidros de azeitonas, em um mercado ao lado de casa, lembrei-me do papel higiênico. "Onde?". Avistei uma mocinha de avental verde, à espera de uma pergunta. No intervalo entre a intenção e a fala, um despensamento atravessou-me breve: "papel higiênico é uma daquelas palavras que cá mudam, como penso rápido (band-aid)". Fácil, era o tal de penso a palavra variante - lembrava-me de ter visto algures palavra parecida. Seguro, sem titubear, perguntei: "por favor, onde estão os pensos higiênicos?". A menina, muito solícita, dirigiu-me a alguns corredores ao lado: "aqui", e apontou a prateleira próxima ao chão. (...). "Ali", e o seu dedo insistia em ficar rijo. (...). "Desculpa, não vejo". Ela, muito atenciosa, agachou e me entregou um pacote de absorventes. "Penso higiênico". Sorri, peguei o pacote de pensos, ou absorventes, dirigi-me a outro corredor com o olhar convicto de quem divide intimidades com a namorada, encontrei um pacote de "folhas duplas, doze rolos" e, como que acometido por uma repentina mudança de idéia, recoloquei os absorventes na prateleira. Ainda sorri para a mocinha, com um aceno de obrigado.

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