segunda-feira, 18 de abril de 2011

Curioso é reparar o estranhamento que causam algumas palavras quando ditas entre amigos portugueses. Palavras "quase naturais", que nos são tão comuns (o pronome nos, aqui, é verde e amarelo), fazem se levantar sobrolhos. Então que confirmamos o tanto de brasilidade em nossa língua.

Já próximo da última passagem de ano, comentei com amigos alfacinhas (quem nasce em Lisboa) que a cidade - em seus invernos úmidos - é a verdadeira terra da garoa: os dias passam quase todos a garoar. Garoa? Nublaram-se em interrogações. Pois: chuva molha parvos (ou molha tolos), por cá. Garoa é palavra brasileira, que aqui se desconfia ser um tipo de peixe, uma fruta ou um objeto qualquer, quando solta desavisada. Garoa. E pouco adianta dizer que é o contrário de toró.

Outro verbo que, há poucos dias, descobri causar estranheza é botar. "O que eu boto para este jantar?". A pergunta, também, faz se arregalarem sobrancelhas. Pôr, vestir, usar. Eu boto, tu botas, eles botam, pá!

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